Imagem: Alan Santos/PR

Steve Bannon é um personagem frequente no Terapia Política. Não como colaborador e sim como personagem envolvido em tenebrosas transações eleitorais. Ele teve um papel crucial na eleição do presidente Donald Trump, que o nomeou principal consultor durante os primeiros nove meses de mandato. No dia 20 de agosto, ele foi indiciado pelos promotores de Nova York por fraudar a contribuição – de mais de 25 milhões de dólares – de milhares de doadores para a construção do muro na fronteira com o México.

Preso, e logo depois solto mediante uma fiança de 5 milhões de dólares, está proibido de sair do país. Sua história de vida mostra que se tornou um dos principais formuladores da “Doutrina Breitbart”, a raiz do pensamento de extrema direita contemporânea, assunto que foi tratado no artigo publicado aqui sob o título de “Arquitetura da Destruição”.

Bannon foi um dos fundadores e vice-presidente da Cambridge Analytics, que esteve envolvida diretamente na campanha do Brexit e depois, investigada, teve suas atividades encerradas. No entanto, continuou assessorando governantes na Europa continental, e considerava um dos seus principais desafios absorver os grupos e eleitores abertamente fascistas afastando-se ao mesmo tempo do invólucro nazifascista. Sua turminha é o pessoal do Vox (Espanha), de Orbán (Hungria), do polonês Duda, de Marine le Pen e Matteo Salvini. Sua história e pensamento estão muito bem contados em outros dois artigos publicados aqui no blog sob os títulos de Apresento Steve Bannon e sua tecnicidade na política e “Steve Bannon – uma pequena história”.

Mas Mister Fake News, ou Bannon, se fez assíduo aqui no blog especialmente por suas relações com o Brasil através da família Bolsonaro. O jornalista Paul Lewis, que o entrevistou para o jornal The Guardian, conta que foi o próprio Bannon quem disse que estava aconselhando Jair Bolsonaro, a quem se referiu apenas como “o paraquedista do exército”. Seu maior fã é Eduardo Bolsonaro, filho do presidente, que já afirmou várias vezes ter sido designado líder para a América Latina deste grupo ultradireitista.

A foto que ilustra a matéria é de um jantar na residência oficial da Embaixada do Brasil nos Estados Unidos, no dia 17 de março de 2019, que reuniu alguns chamados formadores de opinião. À esquerda do presidente do Brasil está ele, Bannon, hoje acusado de fraudar as contribuições para o “We Build the Wall, à direita, escondido, Olavo de Carvalho, outro colecionador de processos por calúnia e difamação.

Depois dos artigos, quem quiser conhecer um pouco mais das ideias deste formulador de políticas da extrema direita, indicamos o seguinte: Driblando a Democracia (documentário); Brexit (filme); O Grande Manipulador (The Brink).