Nosso querido PEPE partiu, nós partidos.
Nosso PEPE foi guerrilheiro, preso por 14 anos, foi barbaramente torturado.
Nosso PEPE saiu da prisão para construir a Frente Ampla do Uruguai.
Daí à Presidência quando já era um humanista.
Só se transforma em humanista quem é esquerdista.
Nosso PEPE foi como Nelson Mandela, um guerrilheiro que virou democrata.
Se Mandela foi Prêmio Nobel da Paz, nosso PEPE foi Prêmio Nobel da Poesia Política.
Nosso PEPE partiu, nós estamos partidos, mas temos um líder para sempre.
Nosso PEPE disse: “Se a humanidade não começar a apaziguar a guerra e lutar para reverter a mudança climática, estaremos perdidos”. Fiquei espantado ao ler – escutar – Mujica dizer: “Se não puder mudar o mundo, você pode mudar a si mesmo, não se deixar desanimar. Isso é mais que suficiente”. Mais adiante ainda diz: “Talvez você não possa mudar o mundo, mas pode aprender a caminhar dentro do mundo sem se deixar levar pela correnteza”.
Nosso PEPE partiu, e seu exemplo permanece assim como sua poesia. E a poesia vive, viverá sempre porque a vida requer poesia, e a poesia é a riqueza da humanidade. Poesia é amar a natureza, é amar o outro, é amar a beleza, amar a amizade.
Nosso PEPE é amigo, e, quando um amigo morre, leva uma parte de nossa alegria. Entretanto, para seguir PEPE, vamos manter suas bandeiras vivas, as bandeiras do humanismo ecológico. Obrigado, nosso PEPE, para sempre agradecidos. Enfim, relembremos diariamente de sua frase que possa ser um mantra:

“Se não puder mudar o mundo, você pode mudar a si mesmo, não se deixar desanimar. Isso é mais que suficiente”. (Publicado no Facebook)

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Os artigos representam a opinião dos autores e não necessariamente do Conselho Editorial do Terapia Política. 

Ilustração: Mihai Cauli
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